A crise pode ser boa para os negócios? A resposta é sim. Ninguém nega que o mercado imobiliário sofre, e muito, com a situação econômica brasileira. Mas, com a procura por imóveis em baixa, os preços tendem a cair e se tornam grande atrativo para quem tem recursos para investir. Essa pode ser a fórmula para que o corretor aumente as vendas em um período tão conturbado.
Especialista em mercado imobiliário, Luiz Paulo Junior lembra que quando a oferta de um bem excede a procura, o preço tende a cair. “Sem dúvida, 2017 e 2018 serão anos de grandes oportunidades para aquisição de novos negócios. Ao reduzir o preço, o mercado expôs milhares de excelentes negócios. Apartamentos, coberturas, salas, lojas estão sendo vendidos com preços 30% mais baratos, em média. A hora de comprar é agora”.
O especialista diz que o País chegou em uma fase onde instintos primitivos começam a aflorar, como a sobrevivência e a subsistência. Assim, os proprietários pensam na venda como forma de conseguir algum capital. Porém acaba acontecendo uma superoferta de unidades no mercado.
“Com o excesso de propriedades à venda e uma natural demanda em baixa, os preços começam a despencar. Infelizmente, para aqueles que não suportam mais o pagamento de IPTU e condomínio, a queima do patrimônio torna-se a única saída”, detalha Luiz Paulo Junior. “Da mesma forma pensarão as empresas, uma vez que seus negócios só seguirão caso consigam fazer caixa. Sem dúvida, incorporadores descerão os preços a patamares de 10 anos atrás”.
Para quem pode
O economista Alberto Ajzental, executivo financeiro do setor imobiliário e professor das disciplinas Marketing, Estratégia de Negócios e Problemas Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), detalha que, com a incerteza sobre o futuro, os imóveis encalharam.
“Há estoques substanciais para venda. O mercado, então, é vendedor, não comprador. E os preços estão mais baixos do que há 3, 4 anos. Para quem tem reserva de capital ou está em uma situação que seu emprego e renda estão garantidos, é um momento interessante para realizar a compra”.
Segundo o economista, junto com os valores mais baixos dos imóveis vieram a queda da inflação e da taxa de juros. “Comprador e vendedor são beneficiados. O primeiro pelo menor preço, e o segundo porque precisa se capitalizar e reduzir estoques”.
Fonte: ZAP Pro